"Nenhuma nação se afirma fora dessa louca paixão pelo conhecimento,sem que se aventure,plena de emoção na reinvenção constante de si mesmo,sem que se arrisque criadoramente."Paulo Freire"
"O que diferencia o homem do animal è o exercício do registro da memória humana".Vygotsky
A Educação formal e social, por vezes, corre o risco de acentuar as funções cognitivas e motoras, sem atentar na mesma intensidade para o desenvolvimento sensorial.
Nossa cultura ocidental, infelizmente, por diversas gerações vem transmitindo a educação do "não sentir".
Essa lacuna de sensitividade geral desequilíbrio no “ser”-uma perda de sentir,falta de “senso” que podem gerar: inibição, alienação, depressão, ansiedade, agressividade, falta de limites, etc.
Somos compostos de órgãos: olhos, ouvidos,nariz, boca e pele. Nossos cinco sentidos nem sempre são exercidos e organizados. Geralmente, os bebês são biologicamente organizados, praticam seus sentidos vendo, ouvindo, cheirando, provando, tateando.
As exigências sociais acabam condicionando para a dominância do olho, evidenciando apenas um dos sentidos: o da visão. A sociedade humana valoriza o visual: ver para crer.
O problema da super valorização visual è que ela atende a separar, mantendo distante outros sentidos. O que aconteceria com a questão do preconceito em geral, se todos fôssemos cegos?
A uma certa altura, paramos de nos tocar e tocar as pessoas, quase não expressamos nossos sentimentos.
Talvez por isso, na maior parte do tempo, nos encontramos tensos, ansioso, fora de contato com o todo de nosso corpo. Ficamos assim des/integrados, des/organizados.
Necessitamos re/equilibrar, atentar mais para o que acontece em nós e ao nosso redor. No dia-a-dia, acontece tanto distanciamento de nós mesmos com o mundo, que perdermos contato com a essência da natureza, ficamos destoados.
Precisamos exercitar a sensibilidade e isso pode ser feito de maneira lúdica desde criança. Neste sentido è que acredito que as rodas e brincadeiras cantadas ocupam importante papel no desenvolvimento humano. Através dos jogos e brincadeiras nos tornamos também seres mais alegres e criativos.
Ser criativo è uma percepção mais sensível do mundo e das experiências reservadas pela vida, é se permitir “brincar” com as coisas e com os conceitos, explorando idéias e situações pelo simples prazer de ver onde elas podem levar.
A Arte e a Educação valorizam a criatividade, andam de mãos dadas, pois junta se fortalecem no objetivo da transmissão de conhecimentos.
A construção do conhecimento se dá através de experiências concretas, segundo Piaget, e quanto mais lúdica, interessante e real for o processo de aprendizagem maior a assimilação.
Existem diversas propostas lúdicas, que fazem parte da identidade histórico-cultural de crianças brasileiras e que promovem o encontro da Arte e da Educação. São elas: brincadeiras de roda, danças, manifestações populares, músicas, pinturas, esculturas e as histórias de tradição oral que passam de geração a geração.
Jacqueline Baumgratz
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