quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O Sentido da Educação

"Nenhuma nação se afirma fora dessa louca paixão pelo conhecimento,sem que se aventure,plena de emoção na reinvenção constante de si mesmo,sem que se arrisque criadoramente."Paulo Freire"

"O que diferencia o homem do animal è o exercício do registro da memória humana".Vygotsky
A Educação formal e social, por vezes, corre o risco de acentuar as funções cognitivas e motoras, sem atentar na mesma intensidade para o desenvolvimento sensorial.
Nossa cultura ocidental, infelizmente, por diversas gerações vem transmitindo a educação do "não sentir".
Essa lacuna de sensitividade geral desequilíbrio no “ser”-uma perda de sentir,falta de “senso” que podem gerar: inibição, alienação, depressão, ansiedade, agressividade, falta de limites, etc.
Somos compostos de órgãos: olhos, ouvidos,nariz, boca e pele. Nossos cinco sentidos nem sempre são exercidos e organizados. Geralmente, os bebês são biologicamente organizados, praticam seus sentidos vendo, ouvindo, cheirando, provando, tateando.
As exigências sociais acabam condicionando para a dominância do olho, evidenciando apenas um dos sentidos: o da visão. A sociedade humana valoriza o visual: ver para crer.
O problema da super valorização visual è que ela atende a separar, mantendo distante outros sentidos. O que aconteceria com a questão do preconceito em geral, se todos fôssemos cegos?
A uma certa altura, paramos de nos tocar e tocar as pessoas, quase não expressamos nossos sentimentos.
Talvez por isso, na maior parte do tempo, nos encontramos tensos, ansioso, fora de contato com o todo de nosso corpo. Ficamos assim des/integrados, des/organizados.
Necessitamos re/equilibrar, atentar mais para o que acontece em nós e ao nosso redor. No dia-a-dia, acontece tanto distanciamento de nós mesmos com o mundo, que perdermos contato com a essência da natureza, ficamos destoados.
Precisamos exercitar a sensibilidade e isso pode ser feito de maneira lúdica desde criança. Neste sentido è que acredito que as rodas e brincadeiras cantadas ocupam importante papel no desenvolvimento humano. Através dos jogos e brincadeiras nos tornamos também seres mais alegres e criativos.
Ser criativo è uma percepção mais sensível do mundo e das experiências reservadas pela vida, é se permitir “brincar” com as coisas e com os conceitos, explorando idéias e situações pelo simples prazer de ver onde elas podem levar.
A Arte e a Educação valorizam a criatividade, andam de mãos dadas, pois junta se fortalecem no objetivo da transmissão de conhecimentos.
A construção do conhecimento se dá através de experiências concretas, segundo Piaget, e quanto mais lúdica, interessante e real for o processo de aprendizagem maior a assimilação.
Existem diversas propostas lúdicas, que fazem parte da identidade histórico-cultural de crianças brasileiras e que promovem o encontro da Arte e da Educação. São elas: brincadeiras de roda, danças, manifestações populares, músicas, pinturas, esculturas e as histórias de tradição oral que passam de geração a geração.

Jacqueline Baumgratz

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